quarta-feira, 15 de agosto de 2012


HONG KONG, 15 Ago (Reuters) - A China anunciou que apresentará uma queixa formal ao governo do Japão pela prisão de ativistas chineses que aportaram em um conjunto de ilhas disputadas pelos dois países e ali fincaram uma bandeira nesta quarta-feira. A tensão entre o Japão e países vizinhos se intensificou num dia que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial (rendição do Japão).
O Japão prendeu cinco membros de um grupo de ativistas da China, Hong Kong e Macau que chegaram à ilha, segundo a guarda-costeira japonesa. Mas a agência estatal chinesa Xinhua disse que posteriormente os guardas detiveram outros nove que estavam num barco. A mídia japonesa também informou que, no total, foram detidas 14 pessoas.
A chegada dos ativistas nesta quarta-feira ao arquipélago reivindicado pela China e Japão, no Mar do Leste da China, e sua prisão pela guarda costeira ocorreram num momento de tensão na diplomacia regional.
Antes, o Japão encaminhou um protesto oficial à Coreia do Sul, após comentários do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, vistos como insultuosos demais ao imperador japonês Akihito. Ao mesmo tempo, dois ministros japoneses participaram de uma homenagem em um controverso santuário em Tóquio dedicado aos mortos na guerra.
As recordações do tempo da guerra, quando Japão ocupou parte da China e colonizou a Coreia do Sul, permanecem fortes entre os três países, apesar de seus laços numa das regiões mais prósperas do mundo.
O barco pesqueiro, que levava os ativistas de Hong Kong, Macau e China foi escoltado por cerca de uma dezena de embarcações da guarda costeira japonesa e atacado com jatos de água, mas os ativistas ainda conseguiram romper o bloqueio.
O porta-voz dos ativistas, David Ko, afirmou inicialmente que no mínimo sete conseguiram desembarcar e que cinco foram "detidos para interrogatório."
"Os homens carregavam bandeiras chinesas vermelhas e bandeiras de Hong Kong", disse.
Na semana passada se intensificou uma outra disputa, entre o Japão e a Coreia do Sul, por ilhas rochosas reivindicadas pelos dois países. E na terça-feira, o presidente sul-coreano disse a um grupo de professores que o imperador Akihito deveria pedir desculpas sinceras, se quiser visitar a Coreia do Sul, e afirmou que a repetição da expressão "lamento profundamente" -- dita por ele em 1990 -- não seria suficiente.
(Reportagem de James Pomfret e de Linda Sieg, em Tóquio; e de Ben Blanchard, em Pequim)

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